Ant-Man (2015)
A small big surprise. Or a big small surprise? Well.... its only 8:30 of the morning here...
WARNING: Text in portuguese!
Quando entrei na sala de cinema, a minha expectativa para o "Homem-Formiga" ("Ant-Man") não era zero apenas pelas recentes críticas surpreendentemente positivas. O expectável, de um filme com vários percalços, é que não se esperasse grande coisa. Ainda mais quando a versão mais familiar de um personagem quase marginal (mas fundador dos Vingadores) da Marvel - Hank Pym (Michael Douglas) - é preterida - talvez apenas para fugir ao cliché da história de origem "cientista ganha poderes devido a experiência " - por outra, - Scott Lang (Paul Rudd) que começa marginal - literalmente, mas de bom coração - e que vai ser treinado para substituir o herói original. Esse aspecto confere ao filme um pouco o senso de legacia, a passagem de testemunho do herói, como o clássico Fantasma, cujos filhos herdavam o manto do pai, ao longo de gerações. O "manto" neste caso é um uniforme especial, inventado por Hank Pym décadas atrás, que permite ao utilizador encolher de tamanho e controlar formigas. Pym "contrata" Scott Lang, recém saído da cadeia por roubo, para roubar trabalho de um rival que pode militarizar esse poder e mudar - para pior - o Mundo.O Paul Rudd não tem trabalhos com o sentido de humor que aprecio, basta olhar à filmografia. No entanto dou o braço a torcer, foi uma agradável surpresa. O realizador Peyton Reed - que tem no currículo - variado - desde a série animada do "Regresso ao Futuro" até comédias com o Jim Carrey ou o Vince Vaughn; até fez um trabalho competente. Fica a sensação que provavelmente o realizador original, Edgar Wright ("Shaun Of The Dead", "Scott Pilgrim") conseguiria elevar o filme a outro nível, mas acabou por deixar a sua marca visível no argumento final. E claro, sobre a personagem feminina em destaque - além da pequena Cassie, que serve de motivação a Scott - Kate dos Perdidos 4ever, felizmente não a fizeram a "fulana mandona do Jurassic World", a sua Hope Van Dyne é uma mulher revoltada mas resoluta e independente sem ser apenas um "homem de saias" como Hollywood adora.Michael Douglas está muito bem como Hank Pym, que na banda desenhada é conhecido como um dos homens mais inteligentes do planeta, criador do robot genocida Ultron e suposto adepto da violência doméstica - conta a lenda que essa cena , devido a um erro do desenhador se transformou de um empurrão acidental em uma agressão violenta de Hank à esposa Janet Van Dyne,a heroína Vespa. Aqui é o mentor que insiste em treinar o "chosen one". Um mentor manipulador, rabujento, torturado pelo passado mas decidido a evitar a todo o custo que a sua criação seja libertada no mundo.
A comédia visual está bem conseguida, belo timing, e até os sidekicks/comic relief "étnicos" estão muito bem, uma energia contagiante. Estranhei algumas pequenas cenas cortadas - ou encurtadas - que vimos nos trailer e ficaram de fora. Esperava alguns efeitos mais impressionantes, mas consegui evitar a tentação de overdose CGI habitual das "lutas finais", e foi das poucas vezes que lamentei na ter visto a versão 3D, que neste caso creio ser justificada.Dito isto, gostava de saber se o puto caixa de óculos duas filas à minha frente estava mais entretido com o filme ou com as duas coleguinhas vestidas à fresca que o acompanhavam. Ah-ah, este parágrafo era só para ver se estavam a prestar atenção!Voltando ao filme, é bastante divertido, sem ser tolo, está bem integrado no Universo Cinemático Marvel, sem excesso de referências, e com conflitos em menor escala. Mantendo a tradição, o problema dos filmes Marvel são os vilões pouco apelativos, mas nada que comprometa. Como no "Guardiões da Galáxia", boa parte das mais valias estão na interacção dos personagens, e só posso recomendar, principalmente para limpar o palato do gosto da relativa desilusão de "Avengers: Age Of Ultron". Concluindo, o "Homem-Formiga" ("Ant-Man") é um dos melhores filmes da Marvel.